O progresso do Brasil na proteção das operações offshore

Os recentes avanços na produção de energia offshore no Brasil são resultado de  planejamento estratégico e avanços tecnológicos. A Bacia de Santos é uma região  significativa para o setor energético do país, com campos do pré-sal como Tupi e Libra  contribuindo de forma notável para a produção de petróleo e gás. As atividades na Bacia  de Santos desempenham um papel essencial no caminho do Brasil rumo à  independência energética, à medida que o país depende cada vez mais de recursos  offshore para atender às suas necessidades energéticas.

A Organização Marítima Internacional (IMO) aprovou recentemente as Áreas a Serem 
Evitadas (ATBA) no Brasil, com o objetivo de reduzir o risco de colisões entre navios 
mercantes, plataformas de petróleo e embarcações de apoio que operam na Bacia de 
Santos.

Elaborada em 2018, a proposta da ATBA define duas áreas poligonais que totalizam 
7.363,64 km², onde a navegação de navios mercantes não envolvidos em atividades 
offshore deve ser evitada. A análise e definição da ATBA geraram debates sobre desafios 
técnicos, riscos de colisão, crescimento do tráfego marítimo e ajustes nas rotas de 
navegação.

A DNV conduziu um estudo relevante, semelhante a outro realizado em 2006, e em 2023 
forneceu uma avaliação técnica estimando a frequência de colisões entre navios 
mercantes em trânsito e unidades de produção e armazenamento offshore (FPSOs) em 
zonas estratégicas de produção de petróleo e gás no Brasil. A pesquisa utilizou dados de 
tráfego marítimo da Marinha do Brasil para identificar rotas com risco potencial para 
unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência (FPSOs), avaliando 
cenários envolvendo erro humano ou falhas mecânicas que levem à deriva das 
embarcações.

O estudo avaliou dois cenários:

  • Navegação livre, sem restrições de tráfego;
  • Implementação de uma Área a Ser Evitada (ATBA), estabelecendo uma zona para 
    reduzir a presença de navios mercantes não relacionados e diminuir os riscos de 
    colisão.

A análise foi baseada nas condições de 2023, considerando tanto o tráfego de navios 
mercantes quanto os FPSOs instalados. Também foram projetadas possíveis mudanças 
na frequência de colisões nos próximos anos, com base no aumento das unidades de 
produção e no crescimento do tráfego marítimo.

Essa abordagem quantitativa forneceu a base técnica para a submissão da proposta da 
ATBA à IMO.

A implementação da ATBA deve reduzir o risco de colisões por três razões principais:

  • Maior conscientização dos navegadores sobre as áreas a serem evitadas;
  • Ajustes nas rotas de navegação que anteriormente cruzavam ou margeavam a 
    área;
  • Introdução de medidas preventivas associadas à designação formal da ATBA.

A iniciativa representa um avanço na melhoria da segurança das unidades offshore e na 
proteção do meio ambiente marinho na região. A DNV participou no desenvolvimento de 
estudos para apoiar esse processo.

26/09/2025 11:00:00