Poucas empresas adotam uma abordagem estruturada para a redução do desperdício de alimentos

(Høvik, Noruega, 6 de maio) Uma nova pesquisa global da DNV revela que, embora seis em cada dez empresas do setor de alimentos e bebidas reconheçam a perda e o desperdício de alimentos como uma questão significativa, menos de um quarto delas colocou esse tema como prioridade em sua agenda estratégica, destacando uma grande lacuna entre a conscientização e a ação.

A pesquisa ViewPoint, realizada em 375 empresas na Europa, América e Ásia, mostra que, embora 85% afirmem ter tomado alguma medida para reduzir a perda e o desperdício de alimentos, apenas 44% possuem sistemas formais para gerenciar isso. Além disso, menos de uma em cada três empresas está ciente da futura norma ISO 20001 para sistemas de gestão, projetada para orientar as organizações na minimização da perda e do desperdício de alimentos em toda a cadeia de suprimentos.

“A perda e o desperdício de alimentos representam tanto um desafio à sustentabilidade quanto uma oportunidade de negócios perdida. Nossas descobertas sugerem que, embora as empresas reconheçam a magnitude do problema, muitas ainda estão no início de sua jornada rumo a soluções mais eficazes e estruturadas em todo o sistema”, afirma Barbara Frencia, CEO de Business Assurance da DNV.

O relatório destaca a complexidade e a magnitude do problema. As empresas citam causas múltiplas e diversas, desde ineficiências nos processos e erros humanos até limitações de prazo de validade e superprodução. Apesar disso, 43% acreditam que mais de 10% das perdas e desperdícios inevitáveis de alimentos poderiam ser redirecionados para outros usos – mas apenas 19% estão fazendo isso atualmente.

A perda e o desperdício de alimentos estão se tornando cada vez mais uma questão de sustentabilidade e uma preocupação financeira para a indústria global de alimentos e bebidas. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, mais de 1 bilhão de toneladas de alimentos foram desperdiçados globalmente em 2022, e a pesquisa destaca a oportunidade coletiva — e a responsabilidade — do setor em promover mudanças significativas.

“Há um claro argumento comercial para tomar medidas decisivas contra a perda e o desperdício de alimentos, a fim de reduzir custos e, ao mesmo tempo, contribuir para alimentar o planeta. Uma abordagem estruturada, dados confiáveis e padrões de melhores práticas são fundamentais para que as empresas transformem suas intenções em impacto mensurável”, conclui Frencia.

Outras conclusões importantes incluem:

• Apenas 24% das empresas listam a perda e o desperdício de alimentos como uma prioridade elevada na sua agenda;
• 30% acreditam que apenas uma pequena parte do seu desperdício de alimentos é evitável, enquanto outros 28% acreditam que a maior parte poderia ser evitada;
• 75% integraram a perda e o desperdício de alimentos nas suas estratégias de sustentabilidade, mas apenas 40% divulgam publicamente essa informação:
• A comunicação continua a ser maioritariamente manual, com mais de metade das empresas a recorrer a folhas de cálculo.