60% dos profissionais da indústria eólica acreditam que a energia eólica offshore flutuante alcançará a comercialização total, sem subsídios, até 2035
Para passar da ambição à ação, a indústria precisa de estruturas regulatórias estáveis, padronização e infraestrutura de portos.
HØVIK, Noruega, 22 de fevereiro de 2023 – A DNV, expert em energia e provedora de garantia independente, acabou de publicar uma nova pesquisa sobre a percepção da indústria acerca do crescente mercado da energia eólica offshore flutuante e sua possibilidade de comercialização em massa. A pesquisa, que sondou 244 desenvolvedores, investidores, fabricantes, consultores e operadores no mundo todo, descobriu que 60% dos entrevistados acreditam que a energia eólica offshore flutuante alcançará a comercialização total até 2035, e 25% deles acreditam que isso se dará até 2030. Atingir essas metas é algo ambicioso, mas os primeiros sinais são promissores, com 60% das organizações produtoras de receita em energia eólica planejando aumentar seus investimentos na modalidade offshore flutuante em 2023.
“A visão que temos do setor é clara. Existe uma confiança enorme de que a energia eólica flutuante pode alcançar sucesso comercial em pouco mais de 10 anos. A DNV prevê que, até 2050, 15% de toda a capacidade eólica offshore instalada virá de turbinas flutuantes. No entanto, há barreiras a serem superadas. Os governos podem sair na frente com ações para tornar o mercado atraente para investimentos, com políticas e estruturas regulatórias estáveis e de longo prazo e fazendo a adaptação da infraestrutura básica, como em redes e portos A própria indústria precisará olhar para a redução de custos por meio de maior padronização e expansão. A DNV está comprometida em apoiar a indústria. São tempos interessantíssimos para o setor. Enquanto caminhamos para a comercialização, a energia eólica offshore flutuante abre novas possibilidades de locais para energia eólica e terá papel decisivo na transição para uma oferta de energia mais limpa,” comenta Ditlev Engel, CEO de Energy Systems da DNV.
Alcançar a comercialização total dependerá, em parte, do potencial de investimento dos principais mercados. O tamanho do mercado foi citado por 21% dos entrevistados como o primeiro critério para escolher um mercado para investir, seguido pela estabilidade regulatória e política (16%) e pela adequação da rede elétrica (12%).
Para aumentar a escala da energia eólica offshore flutuante, é fundamental que seu custo nivelado de energia (LCOE) caia o máximo e o mais rápido possível. O relatório Energy Transition Outlook da DNV prevê que os custos nivelados para a energia eólica offshore flutuante cairão em até 80% até 2050. 21% dos entrevistados acreditam que a padronização - seja por meio de uma redução no número de conceitos ou pelo surgimento de um conceito preferível, será o maior fator para a redução do LCOE. Turbinas maiores e industrialização vêm em seguida, seguidas de perto por parques eólicos maiores (permitindo economias de escala e maior capacidade instalada). A padronização também foi citada pela indústria como um fator crucial para mitigar o risco.
Desafios da cadeia de suprimento também fazem parte do jogo, pois o setor eólico offshore enfrenta altos preços de commodities e limitações de capacidade. O principal risco citado pelos profissionais da energia eólica flutuante foi a falta de infraestrutura de portos.
O segundo maior risco citado foi a disponibilidade de embarcações de instalação, empatada com a capacidade. Embora a energia eólica flutuante geralmente não dependa de embarcações avançadas e sob medida usadas na energia eólica offshore de fundo fixo, o grande número de embarcações de instalação de amarração e ancoragem e as capacidades necessárias podem ser um desafio para a indústria, já que um número de ancoradouros e âncoras sem precedentes na indústria de petróleo e gás está planejado para ser instalado nos próximos 10 anos.
“A atratividade comercial vai depender da redução de custos e dos preços de captura em vários mercados. A redução dos custos não vem com a espera, o que torna crucial que a primeira geração de parques eólicos flutuantes maiores sejam instalados até 2030, para possibilitar as perspectivas promissoras para a energia eólica flutuante,” explica Magnus Ebbesen, diretor do segmento de energia eólica offshore flutuante da DNV.
Cerca de 300 GW de energia eólica offshore flutuante serão instalados globalmente nos próximos 30 anos, o que exigirá cerca de 20.000 turbinas, cada uma montada no topo de estruturas flutuantes que pesam mais de 5.000 toneladas e protegidas por tantas linhas de ancoragem que, se fossem amarradas de ponta a ponta, dariam a volta ao mundo duas vezes.
Baixe o relatório aqui
– FIM –