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Lançado estudo inédito sobre a inserção dos ODS na estratégia empresarial

Rede Brasil do Pacto Global lança estudo “Integração dos ODS na Estratégia Empresarial - Uma Contribuição do Comitê Brasileiro do Pacto Global para a Agenda 2030”

Especialistas são unânimes em afirmar que o setor privado é peça-chave para o alcance dos ODS. Imagem: Fellipe Abreu/Rede Brasil do Pacto Global
Adriano Duarte, CEO da DNV GL Business Assurance. Imagem: Fellipe Abreu/Rede Brasil do Pacto Global

A Rede Brasil do Pacto Global lançou no dia 6 de abril, em São Paulo, o estudo “Integração dos ODS na Estratégia Empresarial - Uma Contribuição do Comitê Brasileiro do Pacto Global para a Agenda 2030”. Idealizado pelo Grupo Temático que trabalha os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), o material é inédito para o caso específico de um país e busca promover a nova agenda de desenvolvimento no Brasil, com ênfase no engajamento e a sensibilização das lideranças empresariais. O evento, na sede do Itaú Unibanco, contou com a participação de mais de 250 pessoas presencialmente e on-line. 

Para Denise Hills, Vice-presidente e Coordenadora do GT ODS da Rede Brasil do Pacto Global e Superintendente de Sustentabilidade e Negócios Inclusivos do Itaú Unibanco, o setor privado é peça essencial para os novos padrões de desenvolvimento sustentável. “O GT reconhece as dificuldades de se adaptar os ODS internamente, a mudança não é fácil. Mas todo o nosso trabalho é feito para que empresas cortem caminho. Trata-se de uma agenda de vanguarda, cada vez mais presente nas empresas e com o engajamento de mais lideranças, o que é essencial”, afirmou. 

O estudo tem o propósito de conhecer os esforços e os desafios que as 21 empresas do Comitê Brasileiro do Pacto Global - um pool de empresas e organizações responsável pela gestão da Rede Brasil - frente à implementação do 17 ODS. Além disso, identificou o estágio da amostragem dentro dos cinco passos recomendados pelo SDG Compass - o Guia dos ODS para Empresas, lançado em 2015 pelo UN Global Compact, World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) e Global Reporting Initiative (GRI) e cuja versão em português foi produzida pela Rede Brasil do Pacto Global, Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) e GRI. 

Os dados mostram que 42,9% das empresas já se encontram no segundo passo que é o de definição de prioridades e mais da metade delas, 52,4%, já se comprometeram publicamente com os ODS. A pesquisa, que contou com o trabalho da DNV-GL e da Report, foi realizada entre agosto de 2016 e fevereiro de 2017 em quatro etapas: coleta de dados, validação, análise e relatório final. Entre os resultados, chama atenção a motivação das organizações para trabalhar com os ODS. Segundo a pesquisa, fortalecer as relações com os stakeholders por meio de uma linguagem comum e criar novas oportunidades de negócios são os principais atrativos para a inserção da Agenda 2030 nas estratégias empresariais. 

Mito  

Adriano Duarte, CEO Business Assurance Unit DNV GL, foi taxativo em relação à responsabilidade do setor privado. “É um mito achar que o alcance dos ODS é uma tarefa exclusiva dos governos. Com as iniciativas que nós temos hoje, não será possível alcançá-los, e algo precisa ser feito. E o estudo demonstra o protagonismo da Rede Brasil em tratar o tema, uma vez que não conseguimos fazer um paralelo com algum estudo global”, disse. Ele ainda destacou que entre os ODS, o 8 é o mais tangível para as empresas e o 17, o mais desafiador. 

O evento contou com duas mesas de debate sobre alguns dos principais pontos da análise: “Motivação de trabalhar com os ODS e os desafios da sua integração na estratégia empresarial” e “Avaliação de impacto identificação dos ODS mais relevantes”. Além disso, foi lançada a iniciativa “Integração dos ODS no Setor Elétrico Brasileiro”. 

Prevenção  

Integrante do Grupo de Trabalho da ONU de Direitos Humanos e Empresas, Dante Pesce explicou que antes com atuação acessória, com os ODS o setor privado se torna parte dos problemas e das soluções. “Os ODS fazem com que as empresas se coloquem numa perspectiva preventiva. Ou seja, antes de fazer algo positivo, deixar de criar impactos negativos, evitando um comportamento incoerente. Por isso que mecanismos como o Due Diligence são muito importantes”, disse. Segundo o especialista, apenas 2% das empresas estão envolvidas nas ações do Pacto Global, frisando que o desafio está em sensibilizar as outras 98%. 

Para Aron Belinky, Coordenador do Programa de Produção e Consumo Sustentáveis do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces), os ODS são um ápice, uma vez que todas as demandas estão reunidas no mesmo documento aprovado pelos 193 estados-membros. Ele mostrou os 17 ODS divididos em três principais áreas – biosfera, sociedade e economia –, o que deixa clara a noção de integração. “Todos os ODS são interligados, só é preciso que cada empresa ache a sua porta de entrada. No entanto, há ainda muitas perguntas a serem feitas pelas empresas. Quais as implicações das práticas? Os recursos são compatíveis? Como se dará a parceria com outros atores? Além disso, se as lideranças não se envolverem, os ODS serão mais um de vários índices criados”, comentou.

Sobrevivência no mercado  

Coordenador-geral de Energia e Sustentabilidade substituto do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Demetrio Filho comentou que, nos últimos 15 anos, houve uma mudança positiva de engajamento, e as empresas começaram a entender que a sustentabilidade é existencial. “E para o setor público, o ODS 17, que enfoca as parcerias e meios de implementação, é desafiador em particular. Ele propõe mudanças de comportamento que, apesar de difíceis, são possíveis”, acrescentou. 

Por fim, foi lançada a iniciativa “Integração dos ODS no Setor Elétrico Brasileiro”, em parceria com a CPFL Energia e Enel e apoio técnico da A Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da Universidade de São Paulo (USP). O Gerente de Sustentabilidade da CPFL, Carlo Pereira, a responsável pela área de Planejamento de Sustentabilidade e Gestão de Stakeholders da Enel no Brasil, Ana Paula Caporal, e a professora da USP Adriana Caldanha apresentaram o projeto que foca a inserção dos ODS na estratégia dos negócios do setor elétrico – um exemplo de parceria e engajamento de empresas e organizações de um mesmo setor. 

Acesse o conteúdo do estudo Integração dos ODS na Estratégia Empresarial - Uma Contribuição do Comitê Brasileiro do Pacto Global para a Agenda 2030.


Fonte: Rede Brasil do Pacto Global